Retrofit consiste em conservar a estrutura original do edifício, acrescentando a ela materiais e equipamentos modernos.
O Retrofit difere substancialmente da simples restauração, que consiste na restituição do imóvel à sua condição original,
ou da reforma, que visa à introdução de melhorias, sem compromisso com suas características anteriores
Surgido na Europa e nos Estados Unidos, o Retrofit tem o objetivo de revitalizar antigos edifícios, aumentando sua vida útil,
por meio da incorporação de tecnologias modernas e utilização de materiais avançados
Nesses países, a rígida legislação não permitiu que o rico acervo arquitetônico fosse substituído
Isso abriu espaço para o surgimento do Retrofit, que preserva o patrimônio histórico, ao mesmo tempo em que permite
a utilização adequada do imóvel
No Brasil, a demanda para o Retrofit aumentou nos últimos anos não apenas por causa da preocupação crescente com
o patrimônio histórico, como também por ser uma opção de conservação e melhoria do patrimônio em áreas de potencial
construtivo esgotado, como as regiões centrais de algumas metrópoles.
Por outro lado, além de ter custos mais atraentes em relação à construção, na maioria dos casos, o Retrofit também
apresenta vantagens em relação à reforma ou restauração, pois combina caracacterísticas destes dois, trazendo avanços
tecnológicos sem desfigurar os projetos arquitetôniocos originais.
Quem lida no mundo da construção talvez nunca tenha ouvido falar tanto em “retrofit” como nos últimos tempos.
O termo em Inglês nada mais é do que a popular “reforma”, mas aqui com um sentido de customizar, adaptar
e melhorar os equipamentos, conforto e possibilidades de uso de um antigo edifício. Mas porque reformar ao invés de fazer um prédio novo?
Bem, há várias coisas a serem consideradas.
De algum tempo para cá o termo retrofit tem sido pronunciado com freqüência crescente no quotidiano dos arquitetos,
construtores e decoradores. Com a tradução liberal de “colocar o antigo em boa forma”, o termo retrofit tem sido amplamente
empregado com o sentido de renovação, de atualização mas mantendo as características intrínsecas do bem retrofitado.
Não se trata simplesmente de uma reconstrução, pois esta implicaria em uma simples restauração. Ao invés disto, busca-se
o renascimento. No mundo da construção, a arte de retrofitar está aliada ao conceito de preservação da memória e da história.
A prática do retrofit surgiu e foi desenvolvida na Europa, onde ocupa importância crescente devido à enorme quantidade de
edifícios antigos e históricos. Também é bastante usada nos Estados Unidos. Nestes países a rígida legislação não permitiu
que o rico acervo arquitetônico fosse substituído, abrindo espaço para o surgimento desta solução que preserva o patrimônio
histórico ao mesmo tempo em que permite a utilização adequada do imóvel.
A motivação principal é revitalizar antigos edifícios, aumentando sua vida útil usando tecnologias avançadas em sistemas
prediais e materiais modernos, compatibilizando-os com as restrições urbanas e ocupacionais atuais, sem falar da preservação
do patrimônio histórico, sobretudo o arquitetônico.
Na maior parte dos casos, o retrofit acaba saindo mais caro do que derrubar o antigo edifício e construir um novo, mas quando
se trata de preservar o patrimônio histórico o custo é deixado de lado. Porém nem sempre é assim -- um retrofit corretamente planejado,
projetado e executado poderá manter o edifico constantemente atualizado, a despeito do desafio enfrentado, aumentando sua vida útil,
diminuindo custos com manutenção e aumentando suas possibilidades de uso. Por isto mesmo, o retrofit pode e deve buscar, com eficiência,
dotar o edifício de atualidade tecnológica que possa traduzir-se em conforto, segurança e funcionalidade para o usuário mas mantendo
a viabilidade econômica para o investidor.
A possibilidade de obtenção de valores aceitáveis para o investimento estimula cada vez mais a adoção do retrofit, que requer uma análise
da viabilidade econômica posto que a mera análise por parâmetros convencionais pode conduzir a equívocos na conclusão.
Uma simples análise de custos poderá negligenciar tanto valores mensuráveis –- como a valorização do imóvel e melhoria da eficiência
energética -- quanto valores intangíveis -- preservação da memória, melhoria do padrão de segurança e melhoria do padrão de conforto.
Como exemplo, temos o Edifício Dom Migual, mais conhecido em São Paulo como sendo o Prédio do Restaurante Gigetto,
tradicional ponto de encontro de artistas. Aos 35 anos de idade, o edifício foi retrofitado mudando o uso de residencial para um
empreendimento hoteleiro com 110 UHs hoteleiras (residencial com serviços), piano bar, salas de eventos, fitness center, sauna e jacuzzi.
Retrofit Urbano
O retrofit não se limita a edifícios, mas pode atingir também grandes áreas urbanas, especialmente quando se aborda a questão da
revitalização urbana e atualização de construções. Em qualquer das situações o retrofit tem o sentido de renovação, onde se pressupõe
uma intervenção integral, obrigando-se ao encontro de soluções nas fachadas, instalações elétricas e hidráulicas, circulação, elevadores,
proteção contra incêndio e demais itens que caracterizam o uso do que existir de melhor no mercado.
De tudo o que foi exposto, percebe-se que o retrofit deve buscar a eficiência, pois é mais difícil do que iniciar uma obra, em função das
limitações físicas da antiga estrutura, entretanto, a redução do prazo e a adequação geográfica do imóvel certamente estimulam cada
vez mais a adoção desta prática.
André Luís Pace
Arquiteto e Urbanista
Fone: (19) 99126-4322
E-mail: andrepace@gmail.com